“As pessoas se perguntam o que é isso”: para que servia esta casa no topo de uma colina em Périgueux?

Alguns o chamam de "velho moinho", mas na verdade nunca foi usado para isso: o escafandro, um edifício construído no século XIV, servia como torre de vigia. Explicações
No cais de Périgueux, na Dordonha, abaixo da Catedral de Saint-Front e perto da Pont des Barris, uma família de turistas para rapidamente em frente a uma curiosa casinha empoleirada. A mãe tira uma foto e eles vão embora. "Vejam só", sorri Martine Balout, guia turística e historiadora local. "As pessoas se perguntam o que é."

Desenho de Anatole de Rouméjoux
A história do edifício remonta à Idade Média, período em que Périgueux era dotada de fortificações (atestadas já em 1177). Erguido em 1347 – e atestado por uma carta do soberano Filipe, o Belo – nas muralhas da cidade medieval, o eschif pertenceu a Lorde Creyssac. Destruída no ano seguinte devido a uma inundação, esta torre de vigia foi reconstruída em madeira e madeira de taipa. Sua função era vigiar o rio e a entrada da cidade pela ponte Tournepiche (atual ponte Barris).
Monumento históricoSéculos se passaram, e a pequena casa ainda estava de pé. Em 1860, as muralhas foram demolidas e a estrada imperial foi construída. Pierre Magne, ministro de Napoleão III e natural de Périgueux, financiou a construção da ponte e do cais para proteger a área das inundações. "O escudeiro foi então separado do rio", conta o ex-diretor do departamento de Arte e História da Prefeitura de Périgueux.

Coleção Édouard-Denis BALDUS
Em 1929, o edifício foi tombado como Monumento Histórico, sob o nome de Moulin de Saint-Front. Essa confusão se deveu à proximidade de um "antigo moinho" que desapareceu na década de 1860. "Em 1977, sua classificação foi reforçada, mas cometemos um erro novamente", diz Martine Balout.
InacessívelInicialmente acessível por uma escada, a entrada incluía uma escada durante a construção do cais. Na década de 1930, um professor de dança pôde dar aulas dentro da casa no alto. Mas a escada, em ruínas, foi finalmente removida em 1948. Hoje, apenas algumas pessoas qualificadas conseguem acessar o interior, usando um berço.
"Esse tipo de construção é bastante raro hoje em dia."
Em julho de 1951, a cidade de Périgueux comprou o prédio de um certo Jean-Pierre Édouard Marchat. Na década de 1950, as casas em ruínas do bairro da Rue Neuves começaram a ser demolidas e, vinte anos depois, o hotel Ibis foi construído. "Na época, tivemos a ideia de transformar o eschif em um anexo", lembra o historiador. Ao mesmo tempo, a Câmara Municipal mandou reformar o prédio, pois ele corria o risco de ruína.

Martine Balout
A cidade, que entretanto o havia vendido à Société d'économie mixte de construction et de rénovation du quartier Saint-Front, finalmente comprou o eschif em 1976. "É o único elemento que resta das fortificações daquele período", explica Martine Balout. "Este tipo de edifício é bastante raro hoje em dia."
Este patrimônio medieval permanece pouco conhecido, com visitantes curiosos partindo com tantas perguntas quanto quando chegaram. De fato, uma placa explicativa, que havia sido instalada em uma das fachadas há cerca de dez anos, foi roubada. Martine Balout gostaria que uma nova fosse instalada.
SudOuest